quarta-feira, 2 de maio de 2012

Globalizar a Solidariedade Para diminuir as desigualdades...




"O mercado em escala mundial (distante de compreender toda a troca comercial) não integrou os países e as pessoas, nem poderá fazê-lo, devido aos baixos níveis de competitividade de que muitos partem. É claramente insuficiente. As desigualdades na saída não podem produzir mais do que desigualdade acentuada no caminho e na meta. A globalização não pode ficar limitada a uma ligação entre "os de cima", deixando de fora "os de baixo". Trocar bens e produtos cria laços de interdependência (também de dependência), mas não gera per se relações pessoais, laços de solidariedade, compartilhar ilusões e projetos, compreensão e respeito pelo outro, etc. A sociabilidade tem que se apoiar em outras interdependências, em formas de integrar os sujeitos em atividades e projetos comuns." (SACRISTÁN, Gimeno. A Educação que ainda é possível: Ensaios sobre uma cultura para a educação. Porto Alegre: Artmed, 2007)
A globalização criou laços que unem os países e que, também promoveram a diminuição das distâncias e a agilização dos transportes e comunicação. A base de toda essa realização está diretamente ligada à questão dos laços comerciais que unem as nações. Produzir alhures, comercializar mundialmente, cortar custos, encontrar melhores opções de matérias-primas, utilizar mão-de-obra mais barata e, principalmente, aumentar as possibilidades de vendas entrou na pauta das nações com enorme ênfase nos últimos 20 anos.

O que não foi aperfeiçoado, no entanto, foram as relações humanas entre essas mesmas nações. O que se quer é dinheiro, cada vez mais e maiores lucros. Se para isso é necessário apertar as mãos de outras pessoas, de diferentes culturas e origens, sempre com um sorriso no rosto para expressar cordialidade e simpatia - assim será feito...

Mas até que ponto estamos nos preocupando em criar um mundo no qual os laços de solidariedade e de humanismo possam sobressair nesse universo em que os negócios estão sempre em primeiro plano?

Sacristán traz a tona essa preocupação que compartilho. As relações de dependência ainda existem e, paralelamente a elas, também surgiram e estão se consolidando laços de interdependência. Temos que atentar, porém, para a desigualdade dos pares...
Há países muito ricos e outros apenas remediados, há alguns em desenvolvimento acelerado e tantos outros que estão afogados em problemas ainda básicos, relativos à sobrevivência (como a produção de alimentos, o analfabetismo, a poluição ambiental...).

E esses pares desiguais, que dançam ao som de ritmos completamente distintos, pisam continuamente uns nos pés dos outros... Acertar o ritmo dessa valsa (ou samba, rock, pop music, tango...) exige muito mais do que cifras e investimentos (também muito necessários).

O que é necessário? Precisamos de debate, consenso, ação e entendimento em prol não apenas de interesses mesquinhos, localizados ou setorizados - mas globais, que redundem em benefícios e melhorias para todos...

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