quinta-feira, 17 de maio de 2012

A REVOLUÇÃO DA ESPERANÇA: Na Perspectiva de Erich Fromm




5. ETAPAS PARA A HUMANIZAÇÃO DA SOCIEDADE TECNOLÓGICA

1.                  Premissas gerais: se quisermos agora estudar a possibilidade de humanização da sociedade industrial conforme ela se desenvolveu na segunda revolução industrial, devemos começar considerando as instituições e métodos que, por razões econômicas bem como psicológicas, não podem se abandonados sem a destruição total da nossa sociedade. Esses elementos são: 1) a empresa centralizada e de grande escala, conforme se desenvolveu nas últimas décadas no governo, no mundo dos negócios, nas universidades, hospitais, etc. Esse processo de centralização ainda prossegue e em breve todas as principais atividades significativas serão desempenhadas pelos grandes sistemas. 2) planejamento em grande escala dentro de cada sistema, resultante da centralização. 3) Cibernação, isto é, cibernética e automação, como o maior princípio teórico e básico de controle, tendo o computador como o mais importante elemento da automação.
Portanto temos 3 alternativas:
1)      continuar na direção que tomamos: isso conduziria a tais perturbações do sistema total que nem a guerra termonuclear nem a patologia humana severa seriam a resultado.
2)      Mudar essa direção pela força ou pela revolução violenta: isso conduziria ao colapso de todo o sistema, tendo como resultado a violência e a ditadura brutal.
3)      A terceira possibilidade é a humanização do sistema, de tal forma que sirva ao bem-estar e desenvolvimento do homem ou em outras palavras, ao seu processo vital. Nesse caso os elementos centrais da segunda revolução industrial serão conservados intactos.
A questão é: Pode-se fazer isso e que medidas precisam ser tomadas para realizá-lo?
O autor não tem a intenção de apresentar um plano para realizar essa meta e sim debater as medidas que, para ele, são as mais importantes. 3 medidas:
1) Planejamento que inclua o sistema homem e que seja baseado em normas resultantes do exame do funcionamento ótimo do ser humano.
2) Ativação do indivíduo por métodos de atividade e responsabilidade ligados ao povo e pela transformação dos métodos atuais de burocracia alienada (no sentido de planejamento)nos de administração humanista.
3) Mudança no padrão de consumo para o consumo que contribua para a ativação e desencoraje a passivação.
2. Planejamento Humanista: A meta geral de uma sociedade industrial humanizada pode ser definida da seguinte maneira: a mudança da vida social, econômica e cultural da nossa sociedade de maneira tal que estimule e intensifique o crescimento e a vivencia do homem em vez de incapacita-los, que ela ative o indivíduo em lugar de torna-lo passivo e receptivo,  que nossas capacidades tecnológicas sirvam ao crescimento do homem.
Dadas essas metas gerais qual é o procedimento do planejamento humanista? Os computadores deveriam tornar-se uma parte funcional num sistema social orientado para a vida e não para um câncer que começa a devastar e finalmente mata o sistema. Os valores que determinam a seleção de fatos e influenciam a programação do computador devem ser obtidos com base na natureza humana. Quer dizer, o homem, e não a técnica deve ser a fonte básica de valores; o desenvolvimento humano ótimo e não a produção máxima deve ser o critério para todo planejamento. Ademais o sistema homem deve ser integrado no sistema social todo. O homem, como planejador deve estar cônscio do papel do homem como parte de todo o sistema. Diz que deve ter algo que controle isso. Inclusive às ações do governo.
3. A ativação e a libertação de Energias: de tudo o que foi dito sobre o homem nos capítulos anteriores, segue-se que uma das exigências básicas para o seu bem-estar é ser ativa, no exercício produtivo de todas as suas faculdades; que uma das características mais patogênicas da nossa sociedade é a tendência de tornar o homem mais passivo, privando-o da oportunidade de participação ativa nos negócios da sua sociedade, na empresa onde trabalha e, de fato, embora mais oculto, em seus negócios pessoais. Essa passivação do homem deve-se em parte, ao método burocrático alienado usado em todas as empresas centralizadas.
Entende-se por procedimento burocrático alienado como um sistema de mão única. As ordens, sugestões e planejamento emanam de cima e são dirigidos para a base da pirâmide. Não há lugar para a iniciativa do indivíduo.

6. CONCLUSÃO

Conclui-se com esta pesquisa, que na perspectiva de Erich Fromm é preciso, diante desta realidade à qual o Ser Humano está escravo da técnica e da sociedade de consumo, resgatar a esperança do Ser Humano e seu protagonismo na história para humanizar o sistema ao qual vivemos.
É possível fazer isso? É obvio que neste caso a que nos referimos não se trata de uma questão de probabilidade estatística. Segundo o autor não importa se a probabilidade de cura é de 51% ou de 5%. A vida é precária e imprevisível, e a única maneira de viver é envidar todos os esforços para salva-la enquanto houver uma possibilidade de fazê-lo.

7. REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA


FROMM, Erich. A Revolução da Esperança: Por uma Tecnologia Humanizada. Trad. Edmond Jorge. 3 ed. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1977.

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