quarta-feira, 25 de abril de 2012



Viva dentro dos limites


(Imagem: Shutterstock)
Assim é a vida. Não somos infinitos, por que nos iludir? O dia não tem mais que 24 horas. Não temos uma fonte inesgotável de energia. Os limites são reais, e, a despeito do que à primeira vista possamos imaginar, eles são nossos aliados para superar desafios. A sobrecarga é o inimigo.

Quem pode escapar da sobrecarga? Vivemos em uma era sem precedentes. Nossa época não é apenas diferente das anteriores qualitativamente, mas também quantitativamente. Em 1980, havia em média 12 mil itens nos supermercados. Hoje, são quase 30 mil – incluindo variedades do mesmo produto com rótulos diferentes. Os assinantes de alguns pacotes da TV paga podem escolher assistir a centenas de filmes cada mês. Conforme o leque das escolhas se amplia em nosso mundo pessoal, aumenta a possibilidade de ficarmos sobrecarregados, e, em vez de nos libertar, as escolhas nos aprisionam, entediam e debilitam.

Alguém pode justificar sua extravagância, afirmando: “Posso todas as coisas nAquele que me fortalece” (Filipenses 4:13). Isso significa que você pode voar? Você não pode voar nem ficar seis meses sem comer, tampouco ter saúde, ficando o tempo todo sobrecarregado. Deus não pretendia que essa frase bíblica servisse de pretexto para um comportamento desenfreado. O Criador estabeleceu limites e os colocou dentro de nós para nossa proteção. Quando os ultrapassamos, colocamos a própria vida e a dos outros em perigo.

Compreender o conceito de sobrecarga nos ajuda a lidar com os limites físicos, emocionais e mentais.

Veja como é fácil reconhecer a extrapolação dos limites físicos. Uma sala de estar é agradável quando possui assentos suficientes para acomodar nossos convidados, mas ela se tornaria inviável, se tentássemos ocupá-la com uma quantidade de poltronas ou cadeiras que ultrapassa seu espaço físico. O excesso de mobília torna o ambiente incômodo e impróprio para receber nossas visitas.

O sono pode servir como outro exemplo. Todos temos necessidade de dormir e precisamos respeitar nosso limite de sono. Caso contrário, a fadiga, a exaustão e a fraqueza tomam conta do corpo.

Igualmente, cada pessoa tem seu limite de tolerância para cargas emocionais ou mentais. A extrapolação resulta em ansiedade, hostilidade, depressão ou ressentimentos. E os sintomas se estendem para úlceras, gastrites e crises nervosas.

Não é vontade de Deus que fiquemos sobrecarregados continuamente. Ele sabe que, quando ultrapassamos os limites, corremos o risco de nos tornar pessoas inúteis e infelizes. Temos que refletir... a ideia de que Deus quer que sejamos super-homens ou super-mulheres, usando como desculpa o pensamento de que “posso todas as coisas naquele que me fortalece”.  

Paulo Roberto Pinheiro é jornalista

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