A Filosofia, o diálogo, a
crítica e a disciplina
Três
palavras são muito importantes em filosofia: diálogo, crítica e
disciplina.
Diálogo,
no sentido etimológico do termo, quer dizer “movimentar a palavra
ou a razão, dar movimento ao pensamento; passar o conhecimento de
pessoa para pessoa; partilhar e raciocinar”. Filosofia é discutir
para conscientizar.
Filosofia não se faz com autoritarismos, com certos ou errados; ou
com “mentes fechadas”. Com ela nós aprendemos a falar para
esclarecer e a ouvir para compreender. O que não é muito comum hoje
em dia. Nosso egoísmo emperra o movimento do saber. Às vezes nos
julgamos os mais sábios, mas na verdade só somos prepotentes.
Outras vezes nos julgamos inferiores e nos desprezamos. Nada disto é
filosofia. Aí aparece a crítica.
A
crítica é a capacidade de perceber a limitação das coisas. É o
julgamento equilibrado das coisas. Nem para mais, nem para menos. Até
onde podemos saber? Precisamos avaliar. E para avaliar é preciso
conhecer a realidade. Julgar sem conhecer é “pré-conceito”.
Isto é errado. Mas, conhecer e não lugar é se ausentar e calar-se.
Quem cala consente. Aceitar tudo passivamente é se tornar “Maria
vai com as outras”.
Dialogar
e criticar na medida certa, não é tão fácil quanto parece. Talvez
seja por isso que muitos não gostem de filosofia. Mas, para quem
quiser tentar, aí vem a terceira palavra.
Disciplina não quer dizer “bom comportamento”, no sentido de ser
“vaquinha de presépio”. Disciplina é apenas a capacidade de se
organizar. Criar métodos para estudar melhor e aprender com mais
eficiência as coisas que são importantes para se viver melhor. Não
precisamos nos assustar se um professor exigir disciplina. A não ser
que você não queira estudar. Quem não quer aprender nem deveria
estar na escola. Além disso, disciplina não se encontra só na
escola, ou só em filosofia. Ela é necessária no trabalho, em casa,
nos clubes, nos cinemas, nas ruas... Ninguém sobrevive se não
consegue se organizar.
Quem não
compreende esses três conceitos (diálogo, crítica e disciplina)
não consegue filosofar. E, o que é pior, corre o risco de cair em
três outras situações que a filosofia combate; a hipocrisia, a
irresponsabilidade e o mal humor.
Uma
pessoa hipócrita vive de fingimentos. É como se vivesse num mundo
de aparências. Tudo é só falsidade e “representações”. São
falsos amigos, falsos “status”, falsos sentimentos; sempre
representa ser o que não é só para ter vantagens.
Quem é
hipócrita também é irresponsável. Não consegue assumir
compromissos verdadeiros com nada. Não responde nem pela sua própria
existência. É difícil confiar em alguém assim.
E, ao
final, o “pobre” hipócrita e irresponsável termina sozinho e
indiferente a tudo. É abandonado pelos falsos amigos, perde o falso
“status”; sua irresponsabilidade chega a tal ponto que ninguém
mais suporta sua presença (nem ele mesmo). É aí começa o mal
humor. Este tipo de pessoa (…) não acredita que as coisas possam
dar certo, que as pessoas possam se realizar e serem felizes. O ser
humano é um mistério que a filosofia se propõe a desvendar.
Talvez, você não se interesse tanto por esta matéria, mas procure
pelo menos aprendê-la com bom humor.
(Autor: R. J. Santos.).
01) Qual a
ideia principal do texto acima?O que ele pretende mostrar?
02) Com base no
texto, explique porque “Filosofia é a capacidade de se surpreender
consigo e com o mundo”.
03) Por que é
necessário que haja diálogo para que haja Filosofia?
04) O texto
informa que é necessário a crítica na Filosofia. O que seria
criticar alguém em nossa sociedade? E na Filosofia?
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