quarta-feira, 30 de maio de 2012

Frase de Arnaldo Jabor



______________
Textos que você vai gostar muito de ler


Mecanismos de defesa


Em algum momento da sua vida já deve ter fingido (ainda que não voluntariamente) que não estava sentindo ou pensando algo que seria óbvio para qualquer um. Provavelmente isso aconteceu numa situação em que foi traído ou estava prestes a ser mandado embora ou deixado pela pessoa amada. Agora você vai entender como consegue fazer como os macaquinhos abaixo mesmo em situações que não poderia agir assim.
As vezes agimos assim diante do óbvio

A Psicanálise fez inúmeras contribuições para a Psicologia de modo geral, uma das inúmeras ideias formuladas por Freud [leia mais] e seus seguidores (em especial Anna Freud, sua filha) foi a ênfase dos mecanismos de defesa.
O pressuposto de que a mente se dividia em 3 facetas vai nos permitir entender melhor. O id que seria uma dimensão inconsciente e originadora dos impulsos mais primitivos de sobrevivência, agressividade e sexualidade. O Superego que é o “depósito” de toda a moralidade conservada pela educação e influência cultural que recebemos. E por fim o Ego que irá administrar os impulsos vindos do id, negociar com as restrições do Superego e tentar se adaptar à realidade que o cerca.
Já fica bem claro que a ideia de que somos muito originais, cheios de uma personalidade própria e única cai por terra. Nossa mente é um punhado de contrariedades.
Os mecanismos de defesa seriam uma tentativa inconsciente do ego adaptar e amortecer os impactos desejos e sentimentos inaceitáveis para que eles se expressem de maneira menos desastrosa. Pela intensidade dos impulsos e as condições do ambiente surgem mecanismos mais rústicos e adaptativos e outros mais doentios e alienantes. Isso determina o maior ou menor grau de patologia de uma pessoa. Inevitavelmente eles são utilizados para diminuir o efeito doloroso que se passa na mente de alguém. Quanto mais rígida e bruta ela for emocionalmente mais será propensa a utilizar esses recursos que eclipsam uma realidade interna ou externa difícil.
  1.  Repressão: É a tentativa de fazer desaparecer da mente os impulsos ameaçadores ou sentimentos e desejos vistos como inoportunos e desagradáveis. Freud considerava essa a rainha das defesas e comuns a quase todas pessoas. Ex: quando a pessoa não se dá conta que está com raiva, mesmo que seja evidente pela fisionomia. [leia mais]
  2. Racionalização:  sujeito procura apresentar uma explicação coerente do ponto de vista lógico, ou aceitável do ponto de vista moral. Ex: quando alguém tenta explicar sua obsessão por doenças dizendo que se preocupa com a saúde [leia mais]
  3. Projeção: quando um impulso muito inaceitável e atribuído a outra pessoa. Ex: quando é difícil aceitar que somos invejosos e passamos a achar que todos nos invejam ou quando uma pessoa está com raiva e passa a achar que todos estão contra ela. [leia mais]
  4. Deslocamento: é quando um sentimento ou impulso é transferido de uma parte para um todo e vice-versa. Ex: quando a mulher tem uma experiência ruim com um homem e diz que todos os homens não prestam. Quando escolhemos uma pessoa amada com a característica original dos nossos pais. [fetiches]. Quando uma pessoa que foi abusada desloca o medo do agressor para uma fobia de uma figura inicialmente inofensiva (palhaço). [leia mais]
  5. Anulação: quando a pessoa tem uma ação que visa apagar o rastro do impulso ou ação anterior, como num ato mágico. Ex: bater na madeira quando se tem um desejo inaceitável ou faz o sinal da cruz quando tem um pensamento ruim. Tem pessoas que acham que o pedido de desculpa deveria anular imediatamente a ação destrutiva anterior. [leia mais]
  6. Fantasia: quando a pessoa cria uma imagem ou história que traga uma satisfação de um impulso originariamente frustrado. Ex: masturbações com a vizinha gostosa impossível. [leia mais]
  7. Identificação: é quando absorvemos (ou copiamos) um comportamento de outra pessoa em nossa própria personalidade. Ex: quando um filho cresce e age da mesma maneira opressiva que os pais. [leia mais]
  8. Regressão: é quando a mente regride a estágios mais primitivos. Ex: quando uma pessoa fica com ciúme ou brava e age de forma birrenta como uma criança de 3 anos. [leia mais]
  9. Isolamento: é quando um sentimento fica separado ou desligado do acontecimento original. Ex: quando fomos agredidos por alguém e depois de um tempo só sentimos uma raiva que não sabemos do que. Ou quando contamos um acontecimento traumático sem nenhuma (aparente) emoção. [leia mais]
  10. Negação: é quando se bloqueia o reconhecimento de uma verdade incontestável (dolorosa ou inoportunamente prazerosa). Ex: pais que se recusam a lidar com a sexualidade dos filhos (ou simplesmente perceber que cresceram). Ou quando uma pessoa não assume que pode ter sentimentos afetivo-sexuais por um membro da família.
  11. Somatização: quando a pessoa transfere para o corpo (em forma de dores e doenças) sentimentos e desejos originalmente inaceitáveis.Ex: pessoas que estão sempre doentes porque não admitem suas carências afetivas e sexuais. [leia mais]
  12. Formação Reativa: é quando se adota um comportamento exatamente oposto ao impulso original. Ex: mães superprotetoras que compensam uma culpa ou raiva inconsciente contra o incômodo e a intrusão dos filhos em sua vida ou a pessoa grudenta que não percebe quão raivosa está daquela que diz amar. [leia mais]
  13. Compensação: quando a pessoa hipervaloriza uma característica que originalmente considera deficitária. Ex: uma pessoa que se sente sexualmente inferiorizada e tenta fazer compensações financeiras ou excessivamente afetivas. [leia mais]
  14. Expiação: quando uma pessoa infringe um padecimento físico, emocional ou social para “pagar” algum pensamento ou ação que considerou inaceitável. Ex: quando uma pessoa tem uma postura ruim (inconsciente) no trabalho e é mandada embora como forma de pagar por ter agido mal com uma pessoa querida. [leia mais]
  15. Introjeção: quando a pessoa traz para si os sentimentos e traços de outra coisa ou pessoa. Ex: quando está diante de uma pessoa importante e ela própria se atribui importância e brilhantismo pessoal sem o ser (comum nos puxa-sacos). Ou um religioso que basta estar num templo para se sentir instantaneamente um ser especial. [leia mais]
  16. Idealização: quando uma característica ou qualidade de uma coisa ou pessoa é levado à perfeição como forma de obscurecer traços desagradáveis. Ex: pessoa que iludidamente atribui uma perfeição na pessoa amada (muito comum na fase de paixão) [leia mais]
  17. Reparação: tentativa de devolver a unidade de uma imagem que se fragmentou ou danificou.Ex: processo de luto em que se tenta superar a morte de uma pessoa por meio de rituais religiosos ou de devoção (positivo). Ou quando uma pessoa tenta agir como se tudo estivesse bem após uma separação amorosa de forma eufórica (negativa) [leia mais]
  18. Sublimação: (saudável) quando há um desvio e descarga de um impulso inoportuno para uma atividade socialmente aceita, mas que não deixe rastros de ressentimento ou sofrimento. Ex: pugilista ou cirurgião que dirigem sua agressividade para uma prática esportiva ou de cura. Uma pessoa que canaliza seus desejos sexuais para uma atividade voluntária  ou religiosa. [leia mais]
  19. Humor: (saudável) quando procura-se relativizar um sentimento ou comportamento inaceitável se divertindo consigo mesmo (quando não configura uma negação). Ex: quando um doente recém quimioterapeutizado brinca com sua queda de cabelo. [leia mais]
  20. Transferência: é um tipo específico de projeção sobre a figura de um cuidador (médico, psicólogo, líder religioso) de impulsos sexuais que tinham uma conexão original com a figura dos pais. Ex: pacientes que se apaixonam e idolatram (ou odeiam) a figura do terapeuta mesmo sem o conhecer profundamente. [leia mais]

terça-feira, 29 de maio de 2012

O poder das palavras


O poder das palavras

24JUN
Sempre ressaltei uma ideia dentro dos relacionamentos que tive, não é o que se diz, mas como se diz.
Verdades cortantes podem ser ditas de maneiras cruéis ou com uma generosidade enorme.
Esse vídeo revela isso!

A Genialidade virou Loucura



16JUL
Vivemos num mundo em que não aceitamos as diferenças com tranquilidade.
Tudo o que é diferente ou incomum ganha um status psiquiátrico. Somos incapazes de lidar com crianças cheias de vigor e as chamamos hiperativas. Pessoas birrentas viram depressivas. Os extravagantes viram esquizotípicos, E os maldosos viram psicopatas.
A maneira de lidar com a humanidade estranha que habita em nós é colocar rótulos.
Antes de procurar um diagnóstico para você e se sentir confortável ou conformado em ter uma doença, pense o que seu comportamento quer comunicar ao mundo.
Veja o vídeo abaixo! Genial!

Tomou o remédinho?

__________________________________________________

segunda-feira, 28 de maio de 2012

O Amor no Século XXI





Atividade E.E.Sapopemba    E.Médio     ( 0 _____2 Pontos  )
Prof. Fábio Valverde   Disciplina : Filosofia  - 2 Bimestre

Nome ____________,______________,________________,________________,______________

O paradoxo do hedonismo e o Dia dos Namorados

On A Claire Day by Carla Ventresca and Henry Beckett

“A maioria das pessoas não seria capaz de encontrar a felicidade ao decidir deliberadamente gozar a vida sem se preocupar com ninguém nem com coisa alguma. Os prazeres assim obtidos pareceriam vazios e em pouco tempo tornar-se-iam insípidos. Procuramos um sentido para a vida que vá para além do prazer pessoal e sentimo-nos realizados e felizes quando fazemos as coisas que consideramos plenas de sentido. Se a nossa vida não tiver sentido algum para além da nossa própria felicidade, é provável que, ao conseguirmos aquilo que julgamos necessário para essa felicidade, constatemos que a própria felicidade continua a escapar-nos.
Tem-se dado o nome de “paradoxo do hedonismo” ao facto de as pessoas que procuram a felicidade pela felicidade quase nunca a conseguirem encontrar, ao passo que outros a encontram numa busca de objectivos totalmente diferentes.”
Peter Singer, Ética Prática, Gradiva, 1ª edição, 2000, pág. 357.

Ao defender que podemos encontrar a felicidade e o sentido da vida quando tentamos pôr em prática objectivos a que atribuímos sentido e valor, Peter Singer tem em mente objectivos de natureza ética: ajudar pessoas necessitadas, combater a pobreza, combater algumas das várias formas de desigualdade e discriminação existentes no mundo, contribuir para a preservação do ambiente, etc.
A ideia é que o mero prazer pessoal não é suficiente e que precisamos de objectivos mais amplos e mais vastos que a nossa própria vida.
Muitas pessoas não seriam de facto capazes de “encontrar a felicidade ao decidir deliberadamente gozar a vida sem se preocuparem com ninguém nem com coisa alguma”, pois não são psicopatas dispostas a fazerem tudo aquilo que lhes der satisfação pessoal, mas não parecem ter os objectivos de natureza ética valorizados por Peter Singer.
Há muitas pessoas que são como as personagens do Cartoon: valorizam acima de tudo algumas relações afectivas – o amor pelos pais ou pelos filhos, o amor pela pessoa por quem se apaixonaram, etc. Para elas, mesmo que não seja o Dia dos Namorados, a pessoa amada é sempre o centro do mundo. Mas não procuram combater a pobreza nem se empenham na preservação do meio ambiente.
O amor que essas pessoas sentem por algumas pessoas próximas será suficiente para que tenham objectivos mais vastos que as suas próprias vidas ou não passará isso de uma outra forma de procurar o mero prazer pessoal? Ou seja: se não forem ativistas de causas eticamente relevantes, estarão essas pessoas condenadas a procurar a felicidade pela felicidade e, por isso, a só encontrarem a amarga infelicidade?

Palestra “não nascemos prontos”, por Mário Sérgio / Cortella(Temática do 2º Bimestre )


Brilhante palestra do filósofo e educador Mário Sérgio Cortella. É um pouco extensa para muitos, está dividida em 4 partes, mas compensa, muito elucidador a forma como ele comenta aquilo que nos aflita em nosso cotidiano familiar.
Com a lucidez e abrangência e senso de humor que lhe é peculiar, Cortella discorre uma palestra baseada em seu livro Não Nascemos Prontos – Provocações Filosóficas:
O grande desafio humano é resistir à sedução do repouso, pois nascemos para caminhar e nunca para nos satisfazer com as coisas como estão. A insatisfação e um elemento indispensável para quem, mais do que repetir, deseja criar, inovar, refazer, modificar, aperfeiçoar.
Assumir esse compromisso é aceitar o desafio de construir uma existência menos confortável, porém ilimitada e infinitamente mais significativa e gratificante.
Livro de Cortella que pode ser adquirido aqui.
Aliás, quem não tem tempo ou mesmo saco para assistir por completo esta palestra deveria saber os motivos desta desmotivação justamente assistindo.
Ela realizou-se em um Seminário sobre Família, Escola e Cidadania: Quais os caminhos? – que aconteceu em Florianópolis/Santa Catarina em 2007. Saiba maisaqui.
Algumas notas interessantes sobre esta 1ª parte do vídeo:
“…os motivos que não nascemos prontos…”
“…os jovens de hoje: desejos são direitos…”
“…citação de Contardo Calligaris que diz que os jovens de hoje parecem adultos em férias…”
“…citação de Frei Beto…que dizia quando era criança, o que valorizava o tênis que eu usava era que EU usava…EU dava valor ao calçado…”
“…a ética do óbvio…”
“…o mundo que nós vamos deixar para os nossos filhos depende muito do tipo de filho que nós vamos deixar para o mundo…”
“…geração miojo…”
“…a importância da convivência…”
“…as coisas para acontecerem demoram um processo, dá trabalho…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 1
Algumas notas interessantes sobre esta 2ª parte do vídeo:
“…acatar o prático nem sempre é o certo…”
“…o almoço de 15 minutos: a gente precisa vir mais é tão gostoso quando a gente sai…”
“motel gastronômico…”
“…os jovens precisam saber que as coisas possuem um processo para existir…”
“…o controle remoto alterou nossa percepção de…”
“…pra que serve TV a cabo? Para não assistirmos nenhum canal inteiro…”
“…o que educava a nossa paciência…e o que deseduca a nossa paciência…”
“…o ápice do anonimato…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 2
Algumas notas interessantes sobre esta 3ª parte do vídeo:
“…a tecnologia não pode nos submeter…”
“…o telefone fixo fazia a mediação entre meus amigos e eu…”
“…você não sabe onde seu filho está, porque ele é móvel como o celular…”
“…tecnologia não é neutra, ela produz efeitos…”
“…criar com os filhos outra lógica de comunicação…”
“…personalidade ética é construída quando nós prestamos atenção…”
“…os jovens de hoje adoram ensinar…”
“…tudo é fast…tudo é imediato…”
“…a sociedade do imediato, ela nos atinge…”
“…os resultados de procurar o prático ao invés do certo…”
“…o Deus mercado…”
“…viver o presente até o esgotamento siginifica…”
“…a lógica de que o mundo não tem história, e quem não tem história vive o presente até o esgotamento…”
“…viver a vida no limite do turbinamento…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 3
Algumas notas interessantes sobre esta 4ª parte do vídeo:
“…construir uma personalidade ética exige de nós…”
“…o sucesso pela capacidade de amorosidade…”
“….amorosidade sem competência é mera boa intenção…”
“…sinal de loucura neste começo de século XXI: a família sai de casa para comer comida caseira…”
“…finaliza a palestra com a citação do renascentista francês François Rabelais: conheço muitos que não puderam quando deviam porque não quiseram quando podiam…”
Palestra Não nascemos prontos – parte 4

Resenha do filme" Um sonho de liberdade" pela visão de Ana Dayse, Ana Chistina e Luana Marques


Resenha do filme" Um sonho de liberdade" pela visão de Ana Dayse, Ana Chistina e Luana Marques

Um sonho de liberdade, lançado no ano de 1994, sob a direção de Frank Darlone, tendo no elenco Tim Robens, e outros foi considerado um dos melhores dramas no cinema.
O filme conta a historia de Andy um banqueiro que foi condenado injustamente pela morte de sua esposa e do seu amante. Na prisão, Andy atraiu a atenção de muitos presidiários pela maneira que se comportava, logo se tornou amigo de todos em especial de Red. A partir dessa amizade o banqueiro começou a usar as suas habilidades nos negócios ganhando dinheiro fácil em situação ilegal pressionado pelo diretor do presídio, apesar de tudo nunca desistiu do seu sonho de liberdade.
O drama chama atenção para as injustiças cometidas dentro de prisões e no caso de Andy seu conhecimento bancário fez com que despertasse a ganância dos guardas e do próprio diretor, assim se tornando um ser corruptível para obter sua liberdade.
O filme “Um sonho de liberdade” foi lançado em 1994 nos Estados Unidos, dirigido por Frank Darabont com os seguintes protagonistas: Tim Robbins, Morgan Freeman, Bob Gunton, William Sadler, Gil bellows com uma duração de 142 minutos. Recebeu sete indicações ao Oscar: Melhor filme, melhor ator, melhor roteiro adaptado, melhor fotografia, melhor edição, melhor trilha sonora original, melhor som e duas indicações ao globo de ouro.
Tudo começou com a prisão de um banqueiro chamado Andy vivido por Tim Robbins, condenado a prisão perpétua por ter assassinado a própria esposa e seu amante. Ele foi levado ao presídio de Shawshank, conhecida pela severidade e por jamais ter escapado alguém da prisão. No começo, a vida de Andy vira um inferno, pois ele se recusa a participar de um grupo de homossexuais. Por isso foi espancado brutalmente. Aos poucos ele faz amizade com outro prisioneiro chamado Red, formam uma dupla ímpar sendo que um sonha ter a sua liberdade e o outro já não saberia viver lá fora. Um tempo depois por conhecer profundamente de finanças ele se apresenta para fazer um trabalho para o diretor do presídio, e acaba sendo escolhido para gerenciar a biblioteca da instituição. Sendo manipulado pelo diretor para participar da corrupção. Já seu amigo Red era um homem que conseguia tudo que fosse preciso inclusive cigarros, e algumas ferramentas que Andy necessitava. Durante 20 anos Andy planejou sua fuga, e secretamente combinou com Red um local para se reencontrarem com o dinheiro que tinha roubado. Fugiu deixando pistas bem claras para prender o diretor e seus companheiros. Quando ele descobre que Andy foge da prisão, comete um suicídio e finalmente Andy é livre com o seu amigo Red em uma praia deserta.
O filme passa a mensagem de que sempre haverá luz no fim do túnel, é necessário tão somente levantar-se e dar o primeiro passo em direção da liberdade e do sol. É excelente, pois retrata a crueldade, a corrupção nas prisões e a trajetória dos que a ela se submetem, mostrando a violência, o humor e a esperança de uma maneira agradável.
Tentando relacionar o filme em questão a realidade do sistema prisional Brasileiro, quais questões ( problema) você identifica ? Qual a crítica mais " visível" você percebeu no filme?  Quais pensadores ( Filósofos, Sociólogos, Historiadores) você traçaria um paralelo com o drama vivido por Tim Robens ( protagonista do Filme )?

O paradoxo do hedonismo e o Dia dos Namorados




On A Claire Day by Carla Ventresca and Henry Beckett


“A maioria das pessoas não seria capaz de encontrar a felicidade ao decidir deliberadamente gozar a vida sem se preocupar com ninguém nem com coisa alguma. Os prazeres assim obtidos pareceriam vazios e em pouco tempo tornar-se-iam insípidos. Procuramos um sentido para a vida que vá para além do prazer pessoal e sentimo-nos realizados e felizes quando fazemos as coisas que consideramos plenas de sentido. Se a nossa vida não tiver sentido algum para além da nossa própria felicidade, é provável que, ao conseguirmos aquilo que julgamos necessário para essa felicidade, constatemos que a própria felicidade continua a escapar-nos.
Tem-se dado o nome de “paradoxo do hedonismo” ao facto de as pessoas que procuram a felicidade pela felicidade quase nunca a conseguirem encontrar, ao passo que outros a encontram numa busca de objectivos totalmente diferentes.”
Peter Singer, Ética Prática, Gradiva, 1ª edição, 2000, pág. 357.

Ao defender que podemos encontrar a felicidade e o sentido da vida quando tentamos pôr em prática objectivos a que atribuímos sentido e valor, Peter Singer tem em mente objectivos de natureza ética: ajudar pessoas necessitadas, combater a pobreza, combater algumas das várias formas de desigualdade e discriminação existentes no mundo, contribuir para a preservação do ambiente, etc.
A ideia é que o mero prazer pessoal não é suficiente e que precisamos de objectivos mais amplos e mais vastos que a nossa própria vida.
Muitas pessoas não seriam de facto capazes de “encontrar a felicidade ao decidir deliberadamente gozar a vida sem se preocuparem com ninguém nem com coisa alguma”, pois não são psicopatas dispostas a fazerem tudo aquilo que lhes der satisfação pessoal, mas não parecem ter os objectivos de natureza ética valorizados por Peter Singer.
Há muitas pessoas que são como as personagens do Cartoon: valorizam acima de tudo algumas relações afectivas – o amor pelos pais ou pelos filhos, o amor pela pessoa por quem se apaixonaram, etc. Para elas, mesmo que não seja o Dia dos Namorados, a pessoa amada é sempre o centro do mundo. Mas não procuram combater a pobreza nem se empenham na preservação do meio ambiente.
O amor que essas pessoas sentem por algumas pessoas próximas será suficiente para que tenham objectivos mais vastos que as suas próprias vidas ou não passará isso de uma outra forma de procurar o mero prazer pessoal? Ou seja: se não forem activistas de causas eticamente relevantes, estarão essas pessoas condenadas a procurar a felicidade pela felicidade e, por isso, a só encontrarem a amarga infelicidade?
Atividade E.E.Sapopemba    E.Médio     ( 0 _____2 Pontos  )

Prof. Fábio Valverde   Disciplina : Filosofia  - 2 Bimestre

Nome ____________,______________,________________,________________,______________

O amor ou o sonho do amor?

Fotografia de Elliot Erwitt (nascido em 1928), fotógrafo da agência Magnum.
“Não há uma ciência do amor porque este é demasiado vário e próteo para se lhe poder aplicar uma teoria. As pessoas tentam amar como os montanhistas tentam escalar o Evereste: trepam com o auxílio  dos pés e das mãos, e acabam por acampar no sopé da montanha, ou a meio da ascensão, onde quer quer que os seus compromissos os deixem. Alguns chegam suficientemente alto para ver a vista, que todos sabemos ser magnífica, pois todos a vislumbrámos já em sonhos. E é precisamente disso que trata a festa de S. Valentim: o sonho do amor. A vida seria realmente amarga se esse sonho nunca se tornasse realidade (…).”
A. C. Grayling, O significado das coisas, Lisboa, 2002, Edições Gradiva, pp. 91-92
1 - Como você posiciona-se a respeito da pergunta inicial ( tema do texto )?
Discuta com seu grupo a respeito e escreva as observações e reflexões do seu grupo ( problematizando-a e quem sabe lançando novas questões )
___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Atividade E.E.Sapopemba    E.Médio     ( 0 _____2 Pontos  )
Prof. Fábio Valverde   Disciplina : Filosofia  - 2 Bimestre

Nome ____________,______________,________________,________________,______________

A invenção do amor         

Belo como o amor pode ser. E triste, também.

Será verdade que o amor é cego?

«As pessoas ponderadas afirmam que o amor romântico [que se distingue do amor pelos filhos, pelos pais, pelos amigos...] não é um bom meio para conhecer alguém – pela razão apontada por Stendhal, de que envolvemos o objecto do amor em camadas de cristal e observamos uma visão, ao invés da pessoa, durante todo o tempo que dura o arrebatamento. Nesta perspectiva, trata-se de um estado delirante e o facto de ser [muitas vezes] breve é, portanto, positivo.

Outras pessoas pensam que o amor romântico é a única coisa que nos permite atravessar as camadas que isolam convencionalmente os indivíduos uns dos outros, desnudando a alma a outrem e possibilitando a verdadeira comunicação – aquela que fala a linguagem da intimidade, não através de palavras, mas de prazeres e desejos.
Esta está longe de ser a única diferença nas opiniões acerca do amor romântico. Discute-se igualmente se a propensão para o romantismo é uma característica humana fundamental, ou se se trata, ao invés, de uma construção social e histórica, presente em alguns períodos e sociedades mas ausentes noutros.»
A. C. Grayling, O significado das coisas, Lisboa, 2002, Edições Gradiva, pp. 99-101.
Eis outra (e filosoficamente mais relevante) questão a propósito do “amor romântico” (mais conhecido por amor): será que este contribui para diminuir, ou mesmo anular, o livre-arbítrio?

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


Atividade E.E.Sapopemba    E.Médio     ( 0 _____2 Pontos  )
Prof. Fábio Valverde   Disciplina : Filosofia  - 2 Bimestre
Nome ____________,______________,________________,________________,______________

Terá o coração razões que a razão desconhece?O beijo do Hotel de Ville, Paris, 1950, Robert Doisneau.


Pascal, matemático e filósofo francês (1620-1661), disse: “O coração tem razões que a razão desconhece”.
As suas palavras referem-se em particular à relação do homem com Deus, sobretudo ao facto de, na sua perspectiva, Deus não poder ser conhecido através da razão mas sim através do coração. Num livro chamado Pensamentos escreveu também: “Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração e não à razão”.
Esquecendo o aspecto religioso do problema, mas não o filosófico, e considerando o fato de estarmos próximos do Dia dos Namorados, fica a questão:
Até que ponto nos devemos orientar pelos sentimentos e colocarmos à parte a análise racional das coisas (Disserte criticamente sobre a provocação filosófica acima )?

___________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________


domingo, 27 de maio de 2012


Terá o coração razões que a razão desconhece?

O beijo do Hotel de Ville, Paris, 1950, Robert Doisneau.

Pascal, matemático e filósofo francês (1620-1661), disse: “O coração tem razões que a razão desconhece”.
As suas palavras referem-se em particular à relação do homem com Deus, sobretudo ao facto de, na sua perspectiva, Deus não poder ser conhecido através da razão mas sim através do coração. Num livro chamado Pensamentos escreveu também: “Eis o que é a fé: Deus sensível ao coração e não à razão”.
Esquecendo o aspecto religioso do problema, mas não o filosófico, e considerando o facto de hoje ser o Dia dos Namorados, fica a questão:
Até que ponto nos devemos orientar pelos sentimentos e pôr de parte a análise racional das coisas (trate-se de Deus, do amor ou da crise económica)?

O amor à verdade

René Magritte, "Os amantes", 1928

Quando uma pessoa ama outra procura-a, gosta de estar com ela e de vê-la. Os amantes representados por René Magritte têm os rostos cobertos e certamente que não se conseguem ver um ao outro. Porque terá Magritte escolhido representá-los assim? O que queria ele dizer-nos?

(Ou será que não nos queria dizer nada? Será possível pintar um quadro como aquele e não querer transmitir nenhuma ideia?)

Etimologicamente, a palavra “filosofia” significa amor ao saber. O que é equivalente a dizer amor à verdade ou até desejo de aprender. Assim, um filósofo é um amante da verdade: tal como uma pessoa ama outra pessoa e sente desejo por ela, um filósofo ama a verdade e deseja possuí-la.

Mas, se um filósofo é um amante (da verdade), poderá ele estar retratado nesta pintura de Magritte?

Talvez a comparação não possa ser feita em todos os pontos, pois no quadro de Magritte o amor parece recíproco. Ora, embora faça sentido dizer que as pessoas amam a verdade, não parece fazer sentido dizer que a verdade ama as pessoas.

Esqueçamos a parte da reciprocidade. O que pode então significar a comparação entre um filósofo e uma pessoa que está diante do objecto do seu amor, mas de cara tapada e com os olhos vendados?

Significará que algumas pessoas, apesar de serem capazes de filosofar, não o fazem (talvez por preguiça) e como que fecham os olhos diante da vida?

Significará que algumas pessoas, apesar de serem capazes de filosofar, não o fazem por temerem aquilo que podiam descobrir (por exemplo que não sabem justificar as suas crenças mais básicas) e optam por viver iludidas?

Significará que um desejo muito forte e obsessivo por uma coisa, por exemplo a verdade, pode afinal afastar-nos dela?

A crença no amor romântico é uma ilusão?



image
© Henri Cartier-Bresson/Magnum Photos.
Este post é dedicado a todos aqueles que neste dia não têm a quem oferecer flores ou declarações inflamadas de paixão. Se pensarmos um pouco, talvez não haja razões para se sentirem menos bem que aqueles que celebram, com alguma ostentação e espalhafato, este dia. É que talvez essa ideia do amor não passe de uma ilusão, útil em termos comerciais e pouco mais.
Vejamos porquê: em primeiro lugar o facto do amor que possamos sentir por alguém ser correspondido ou não depende de fatores que, em grande parte, não controlamos: o acaso e a sorte, por exemplo. Por outro lado, só na imaginação a vida é como o amor romântico nos quer fazer crer. Quando alguém nutre um sentimento profundo por outra pessoa, preservá-lo depende do que ambos forem capazes de fazer no dia a dia. Na realidade, as pessoas não são felizes para sempre: tentam ser felizes todos os dias. O amor não é, pois, uma caminhada triunfal, mas uma conquista diária. Por isso, não precisa de datas convencionadas no calendário para ser festejado.
Acresce que a ideia de que quem não ama ou não é amado (no sentido romântico do termo) não pode ser feliz é falsa. As pessoas podem dar significado às suas vidas de muitas formas. Viver uma relação amorosa com alguém é uma delas (e convém que não seja a única!), mas há outras possibilidades …
A crença nessa ideia do amor – associada à comemoração do Dia dos Namorados – é atrativa para a maioria das pessoas, mas é, provavelmente, uma ideia ilusória - à semelhança de muitas outras em que acreditamos.
Créditos : 

A invenção do amor

Belo como o amor pode ser. E triste, também.
Dedicado a… (Complete a seu gosto.)


Será verdade que o amor é cego?

«As pessoas ponderadas afirmam que o amor romântico [que se distingue do amor pelos filhos, pelos pais, pelos amigos...] não é um bom meio para conhecer alguém – pela razão apontada por Stendhal, de que envolvemos o objecto do amor em camadas de cristal e observamos uma visão, ao invés da pessoa, durante todo o tempo que dura o arrebatamento. Nesta perspectiva, trata-se de um estado delirante e o facto de ser [muitas vezes] breve é, portanto, positivo.


Outras pessoas pensam que o amor romântico é a única coisa que nos permite atravessar as camadas que isolam convencionalmente os indivíduos uns dos outros, desnudando a alma a outrem e possibilitando a verdadeira comunicação – aquela que fala a linguagem da intimidade, não através de palavras, mas de prazeres e desejos.

Esta está longe de ser a única diferença nas opiniões acerca do amor romântico. Discute-se igualmente se a propensão para o romantismo é uma característica humana fundamental, ou se se trata, ao invés, de uma construção social e histórica, presente nalguns períodos e sociedades mas ausentes noutros.»

A. C. Grayling, O significado das coisas, Lisboa, 2002, Edições Gradiva, pp. 99-101.

Eis outra (e filosoficamente mais relevante) questão a propósito do “amor romântico” (mais conhecido por amor): será que este contribui para diminuir, ou mesmo anular, o livre-arbítrio? Fica para outro post, também acompanhado por uma canção de Frank Sinatra.





A importância preponderante dos problemas filosóficos Frente a qualquer outro elemento da filosofia como um todo.

A importância preponderante dos problemas filosóficos               Frente a qualquer outro elemento da filosofia como um todo.                                                                                                                                 Fábio Valverde                                                                                           Universidade Estadual Paulista                                                                                                                                                     Redefor                                                                                                                        filosofo@globo.com

                            
Resumo: A presente pesquisa tem como objetivo central a reflexão e investigação sobre uma abordagem que leve em conta uma metodologia, que não incorra em cair num ensino enciclopédico, onde conteúdos são apresentados de forma temática, numa tentativa de torná-los mais próximos da realidade vivida pelos jovens, vislumbrando a busca de caracterizar grandes problemas da Filosofia na medida em que permite tanto o acesso aos temas filosóficos mais relevantes quanto à história da filosofia, possibilitando filosofar. O desafio que anunciamos com esse trabalho é a atividade questionadora a partir de grandes problemas da filosofia em Geral, como por exemplo, o belo é melhor que o feio? O homem é realmente livre? O “perguntar a partir” tem esse significado, entendendo que não se trata de negar o conhecimento existente, muitas vezes em forma de senso comum, onde o estudante encara suas preocupações existenciais, culturais etc.; como elementos (problemas) que tem valor e necessitam de reflexão e escolhas. Portanto, uma metodologia que leva em consideração grandes problemáticas da filosofia muitas vezes de maneira muita tênue e intensa fazendo parte do caminhar do estudante, ele o vê como sendo um protagonista que ocupa um papel no mundo da filosofia contemporânea, ele o vivencia e sente a necessidade de resolvê-lo.


Palavras Chaves: metodologia, problematização, paradigma, dialogicidade, mídias, espanto, sensibilizar.

                                                                            1 INTRODUÇÃO
   Buscar uma metodologia que permita o educando apropriar-se de conceitos filosóficos, assim como uma salutar condição para que o estereótipo da disciplina, que muitas vezes distanciam jovens estudantes da proposta lançada, seja na graduação ou no ensino médio, vem sendo um grande desafio para filósofos e professores de filosofia; principalmente após seu retorno à grade curricular do ensino médio. Portanto, investigar, pesquisar e pensar tal proposta e garantir condições para que o ensino e o próprio filosofar ultrapassem a visão enciclopédica e meramente de mais uma disciplina no currículo.  Tal concretização pode ser construída como ponto de partida, a compreensão da importância dos problemas (ou questão da filosofia). Antes ainda, fazem-se necessários dois questionamentos, ou melhor, deixar-nos mover pela perplexidade da realidade como diria o filósofo Gerd Bornheim:
  “Não falo de um silêncio estático e torturante, mas de um silêncio inquieto que sobrevive de indagações escondidas. Parece que o homem de hoje, perdeu a capacidade de ficar perplexo, de não se conformar com as coisas que acontecem em sua volta. Parece que perdeu a capacidade de parar e ficar consigo mesmo, sem pressa de chegar. Por isso que uma aula de Filosofia não faz efeito em mim no mesmo dia em que ela foi dada, demora certo tempo, o tempo que essa aula demora em mim. Sinto seus desdobramentos, suas nuances. Sou formado e ao mesmo tempo inacabado. Como diria Husserl, meu limite é o infinito, minha finalidade é a infinidade. Não vou sozinho, tenho companheiros que junto comigo, desbravam a aventura de ir até o limiar da razão e descobrirem os limites da razão e o que pode ir além dela.” (BORNHEIM, 1989, p.96).
   Esta dúvida leva-nos a pensar, como me referi acima, em duas questões que permitiram o desenvolvimento do presente trabalho, a saber, o que significa o conceito (palavra) problema que usamos corriqueiramente em nossas conversas, trabalho etc.? Uma segunda mais importante: O que caracteriza um problema filosófico?  
   Conforme algumas definições que temos com auxilio dos dicionários entendem-se, problema, como uma dificuldade na obtenção de um determinado objetivo. Em outros contextos pode ter um significado diferente. Em matemática, um problema é uma questão proposta em busca de uma solução. Um problema matemático pode ter solução ou não, algumas vezes possui diversas soluções. Mas que exemplos, ou sugestões de situações em aula, podemos usar para a construção do pensamento crítico a partir de problemas filosóficos?
   Lançar questões que já fazem parte do “mundo” do estudante e que, de fato, em algum momento, independentemente da série e ou disciplina, mobilize habilidades para uma reflexão apurada e consistente, pode facilitar e qualificar o trabalho do professor, por exemplo: Deus existe? O mal que há no mundo é compatível com a existência de Deus? Provocações que despertam e aguçam a imaginação dos alunos permitindo assim que façamos parte do “mundo” deles, de suas reais inquietações e interesses.

                                                                                                Capítulo 1

Mundo da Imagem: Em busca de uma metodologia significativa para jovens estudantes de filosofia.


   Vivemos em um mundo da imagem, aliás, disputamos em sala de aula a atenção dentro de uma configuração um pouco injusta, celulares super modernos, videogames que estimulam e interagem sem contar esta máquina que ora escrevo e que permite uma comunicação vasta e veloz intensamente mais chamativa e visualmente mais impactante que as “velhas” lousas que usamos. Assim como “concorrer” com tão fortes apelos, muitas vezes deformadores, constituindo verdadeiras barreiras para que de fato possamos realizar aproximações e intervenções que possam criar condições para o pensar metódico e rigoroso que o filosofar exige. Edgar Morin diz que a educação “deve contribuir para a auto-formação da pessoa (ensinar a assumir a condição humana, ensinar a viver)” (MORIN, 2001, p.65). À medida que essa educação dá condições para que os envolvidos aprendam a ser humanos, ele é educativo e passa a ser a espinha dorsal que permite a dialogicidade, como método para ouvir cuidadosamente os outros (pois ouvir é pen sar), devemos pesar nossas palavras (pois falar é pensar), que devem ser conduzidas independentemente de outras investigações intelectuais, entretanto, muitas dessas buscas podem, no final, beneficiar-se da reflexão e do diálogo, que são distintamente filosóficos.
   Quando falamos em ouvir, na escuta do outro e claro na metodologia que devemos nos empenhar para que ocorram as problematizações e leituras, que devem ser consideradas premissa básica para que tal encontro ocorra e tenha uma representação significativa para os estudantes, à sala de aula não é o seu único ambiente. Todos os espaços e os momentos podem ser educativos. Humberto Maturana afirma que:
(...) o educar se constitui no processo em que a criança ou o adulto convive com o outro e, ao conviver com o outro, se transforma espontaneamente, de maneira que seu modo de viver se faz progressivamente mais congruente com o do outro no espaço da convivência. O educar ocorre, portanto, todo o tempo e de maneira recíproca (MATURANA, 1999, p.29).
    
   Quando afirmo que a questão da apropriação da Filosofia não pode reduzir-se à mera análise didático-pedagógica, entendo que não se trata simplesmente de averiguar que procedimentos são empregados para a transmissão de um sistema filosófico, situado no espaço e no tempo, a sala de aula é, podemos dizer, um espaço privilegiado da educação formal, e precisa cada vez mais possibilitar experiências de aprendizagem.
Trazendo uma ideia de Hugo Assmann (1998), a escola (sala de aula) só terá razão de existir se proporcionar tais experiências de aprendizagem que, segundo ele, são processos vitais para a pessoa. E caberá à escola dar condições para que o indivíduo desenvolva habilidades de acessar informações e de saber usá-las, e de construir teias de relações interativas com o ambiente (pessoas e coisas). Isso garantirá que ela sobreviva.
                                                                                     
                                                                                                  Capítulo 2

    Velho paradigma: enciclopédia filosófica ambulante
   A concepção problematizadora da educação, ao colocar o homem-mundo como problema, exige uma posição permanentemente reflexiva do educando e claro do educador, para tal, é necessário uma visão que supere o professor-transmissor, que transgrida a ideia de enciclopédia filosófica ambulante, pois a sensibilidade e o olhar atento do professor para questões atuais e sensíveis aos jovens possibilita a criação, de fato, de um ambiente propício para o exercício do filosofar.
        Hannah Arendt (1978, p. 82), em sua obra The life of the Mind firma: "é antes pelo riso do que por hostilidade que a multidão reage naturalmente às preocupações do filósofo e à inutilidade aparente de seus empreendimentos". Parece que não é prerrogativa da atualidade ver a atividade filosófica com certa ironia e desprezo, não lhe reconhecendo utilidade alguma. Este desprezo pela Filosofia aliado a um tipo ingênuo de aplicação da filosofia por parte de muitos se deve à incompreensão amplamente difundida do sentido do filosofar, incompreensão à qual muitas vezes nem os professores de filosofia estão atentos.
   A Filosofia se acha necessariamente fora de seu tempo, por pertencer àquelas poucas coisas cujo destino consiste em nunca poder nem dever encontrar ressonância imediata na atualidade. Onde tal parece ocorrer, onde uma filosofia se transforma em moda, é porque ou não há verdadeira filosofia ou uma verdadeira filosofia foi desvirtuada e abusada segundo propósitos alheios, para satisfazer às necessidades do tempo (HEIDEGGER, 1966: p.45).
   Este filósofo aponta duas razões para essa "inatualidade" da filosofia: "Ou porque a Filosofia se projeta muito além da atualidade. Ou, então, faz remontar a atualidade a seu passado-presente originário". É possível que Heidegger, e talvez aqui tenha uma interpretação um pouco diferente,quando cita, (a expressão fora de seu tempo) deva ocupar importante reflexão, vejo que há um nítido afastamento do sentido e significado dos grandes problemas investigado pela filosofia e ai é que devemos ter sensibilidade e um olhar especial para que tal afastamento não relegue a disciplina ao ostracismo. Deve-se levar em consideração que não somos modelos absolutos de questões universais e que, portanto, alguns problemas investigados e tratados pela filosofia não sejam de interesse do estudante, seja por questões ideológicas e ou cultural.
  Talvez um caminho mais fértil seja despertar o interesse pela Filosofia partindo de indagações e de problemas suscitados pela experiência cotidiana, ou seja, indicando que as questões filosóficas não são estranhas nem distantes de nossa vida de todo dia. A maioria das pessoas é tão absorvida pelo cotidiano, pelas necessidades imediatas, que a admiração pela vida acaba sendo completamente reprimida. A maioria vivencia o mundo como uma coisa absolutamente normal, e possivelmente este pode ser o principal paradigma a enfrentar. Um filósofo nunca é capaz de se habituar completamente com este mundo, clarificar tal ideia com os estudantes e tira-los de sua zona de conforto e intima-los para serem reais protagonistas do projeto de suas vidas.
          
                                                                                                    Capítulo 3

Aula de Filosofia: O que fazer para tornar uma aula tão atrativa na Era do entretenimento?
   Uma metodologia diferente de estudo da filosofia começa com os problemas, e não com as opiniões pré-concebidas. O ponto de partida é um problema ou família de problemas. Compreender com muito rigor o problema. Isto implica distinguir formulações erradas do problema, e saber explicar porque razão é um problema genuíno e não uma confusão qualquer. É preciso compreender a força intuitiva do problema, a filosofia faz-se pensando e discutindo problemas filosóficos, analisando teses e argumentos. Convém, pois, saber o que são problemas filosóficos e o que não são problemas filosóficos. 
   Promover a reflexão com os colegas professores sobre o que devemos fazer para “prender” a atenção dos alunos, isto é, qual a nossa parcela de contribuição, o que podemos fazer para que as aulas fiquem mais atrativas, que me leva a perguntar pelo conteúdo: ele é realmente relevante? Se o aluno não aprender nada a respeito do conteúdo que você trabalha com ele, o que ele não conseguirá entender ou fazer direito na escola? Existem atualmente elementos que contribuem para que cada vez mais alunos com o perfil "desinteressado" estejam presentes: a cultura da obrigatoriedade de um diploma, a indústria do entretenimento que consegue ser mais atrativa e eficaz em relação à atração da atenção das massas, portanto, o sujeito vai para faculdade com a intenção de se divertir (e nem sempre é possível conciliar diversão e educação), a geração videotape/internet que é mais visual e menos ouvinte, entre outros pontos que estão afetando e prejudicando nossa prática docente.
   Refletindo sobre que metodologia seria mais eficaz para o professor de filosofia, nos deparamos com novos problemas, na verdade expressos em perguntas a seguir, na qual pretendemos durante a pesquisa refleti-las e aprofundando mais algumas ideias a respeito da didática do ensino de filosofia.
   O que fazer para tornar uma aula tão atrativa na Era do entretenimento? O que fazer (se é possível fazer algo) para que nossas aulas sejam tão atrativas e desejadas, quanto a um show ou balada que os alunos frequentam? Mas será que isso é possível, uma vez que educação e entretenimento têm naturezas distintas? Será que devo me conformar em dar aula e ensinar apenas 20% da turma, que são os que demonstram interesse e respeito pela minha profissão? Os outros 80% não tem como eu promover alguma mudança?
   Acreditamos que o paradigma do transmitir informação e do outro lado o ouvir apenas, passivamente e com pouca chace de participar, independentemente da disciplina leva em curto prazo o empobrecimento de qualquer prática educativa, Adorno nos oferece uma concepção de educação que muito contribui para que nossas aulas sejam uma experiência de fato reflexiva.
Evidentemente não a assim chamada modelagem de pessoas, porque não
temos o direito de modelar pessoas a partir do seu exterior; mas também não
a mera transmissão de conhecimentos (...), mas a  produção de uma
consciência verdadeira (ADORNO, 2006, p. 141)
   Caberia, então, ao professor provocá-los para que passe a ser possível, cada vez mais, que os alunos desenvolvam a capacidade de formular questões acerca do seu ambiente, tirando-os do senso comum:
A crítica pode ser avaliada pela capacidade dos alunos em formular questões e objeções de maneira organizada, estruturada (rigorosa). A prática, sempre interessante, de intrigar os alunos – provocando-os para a dúvida, a produção de inferências e a articulação de experiência e teoria – é útil, principalmente naquelas situações em que os alunos  não têm condições de aplicar imediatamente uma regra pelo exercício de uma retórica já desenvolvida (FAVARETTO, 1993, p. 81-82)

   Gallo (2007), por sua vez, propõe um percurso similar, cujos momentos pelos quais as aulas passarão são: sensibilização, problematização, investigação e conceituação. O professor de filosofia, com todos os seus estigmas e visões externas muitas vezes carregadas de pré-conceitos se depara com a dificuldade de tornar o tema não só interessante como, também, curioso aos seus alunos.         Não são raros, muitos jovens estudantes, mesmo sem conhecer ou ter lido algo sobre filosofia associar o professor a um louco, estranho, ateu. Na verdade, uma árdua tarefa dupla, descontruir a imagem muitas vezes depreciativa do professor de filosofia, como também sensibiliza-los para grandes problemas da humanidade que à luz da filosofia, é possível aprofundar questões que foram consideradas imutáveis e/ou sem resolução. Nesta última tarefa, para Galo (2007, p. 27-29), sensibilizar o aluno para o tema proposto é mostrar-lhe a relação da temática com as vivências dele.
                                                                                                Capítulo 4
   A Problematização: Filosofar para mudar.
   Através do diálogo com seus alunos o professor transforma a temática trabalhada em um problema filosófico a ser resolvido, partindo das interrogações do cotidiano do aluno, de suas vivências. Desta forma, o aluno passa a reconhecer e a valorizar discussões que fazem sentido ao seu mundo, partir de seus conflitos e desafios é valorizar seu espaço. O diálogo propiciado pelo professor constitui-se uma ferramenta importante para o desenvolvimento da autonomia intelectual dos jovens estudantes, condição estruturante para que ultrapassem a consciência ingênua, de forma ética e transformadora. Neste sentido, Paulo Freire (1996, p.32) nos diz: “a promoção da ingenuidade à criticidade não pode ou não deve ser feita a distância de uma rigorosa formação ética ao lado sempre da estética. Decência e boniteza de mãos dadas”.
   Em uma aula de filosofia abordei o tema mudança, inserindo aos alunos o conhecimento dos pré-socráticos, em especial Heráclito de Éfeso, e em um dado momento da aula, sinalizei a eles que estamos sempre em mudança, e que iclusive gostaria que ao término da aula todos fossemos embora, todos, assim eu almejava, desejava que houvesse algumas mudanças. Ao final, acredito que este deve ser o intuito das aulas de filosofia, transformar e não neutralizar ou anestesiar. Aspis (2004, p.309) diz que, “o justo seria educar, hoje, para que o aluno seja outro e não um mesmo, um mesmo que qualquer modelo”.
   Não acreditamos que a disciplina de filosofia tenha necessariamente o dever de “salvar o mundo”, sem ela tampouco a sociedade muda, a filosofia contribui para a compreensão humana, e não existe nenhum instrumento mais transformador do que a compreensão para quem a alcança. Em Platão, (Platão, Fédon, 1995) tem-se que a Filosofia busca persuadir as almas a se despren- derem dos sentidos, mostrando a ela o quanto é ilusório o conhecimento através dos olhos do corpo e recomenda que se volte para si e confie nelas mesmas, talvez, a mudança que a filosofia busca tenha um desafio maior ainda, a saber, o desconectar-se deste mundo que não quer a mudança, e sim a perpetuação do poder nas mãos de poucos o controle das massas.
       Muitas vezes nos deparamos com questionamentos dos alunos, onde se percebe o quanto estão inseridos numa cultura imediatista, com perguntas que fazem referência à praticidade, utilidade e resultados imediatos que aquele que se dedica a filosofia teria. Este desprezo pela Filosofia aliado a um tipo ingênuo de aplicação da filosofia por parte de muitos se deve à incompreensão amplamente difundida do sentido do filosofar, incompreensão à qual muitas vezes nem os professores de filosofia estão atentos, talvez, seja uma das razões de presenciarmos muitas vezes por parte da própria escola um olhar estranho e de resistência ao retorno da filosofia como componente curricular obrigatório.
"A Filosofia se acha necessariamente fora de seu tempo, por pertencer àquelas poucas coisas cujo destino consiste em nunca poder nem dever encontrar ressonância imediata na atualidade. Onde tal parece ocorrer, onde uma filosofia se transforma em moda, é porque ou não há verdadeira filosofia ou uma verdadeira filosofia foi desvirtuada e abusada segundo propósitos alheios, para satisfazer às necessidades do tempo" (Heidegger, 1966: p.45).
   A Filosofia, afirma Heidegger, não é "um saber que, à maneira de conhecimentos técnicos e mecânicos, se possa aprender diretamente ou, como uma doutrina econômica e formação profissional, se possa aplicar imediatamente e avaliada de acordo com sua utilidade" (l966: p.45). 
   A impressão que se tem, muitas vezes, por parte dos estudantes e até mesmo de educadores, é que a introdução da disciplina de filosofia, é um luxo, perfumaria que poderia ser aproveitada, por exemplo, com a ampliação de outras disciplinas com teor prático de maior relevância.
   Acreditamos que a filosofia não dispõe de metodologias empíricas nem formais que permitam ver desde o início como se poderão obter resultados, ainda que parciais e negativos, é grande a tentação de conceber a filosofia como entretenimento cultural ou cultura geral. A filosofia deixa então de ser entendida como uma atividade que visa resolver problemas, e passa a ser entendida como uma maneira de ver o mundo, sendo cada uma dessas maneiras de ver o mundo como que outros tantos óculos que gostamos de experimentar para ver as mesmas coisas com cores diferentes. Foi exatamente contra essa concepção utilitarista da filosofia que Sócrates e Platão reagiram. Eles não negam a utilidade lógica da filosofia, mas consideram que a filosofia é muito mais que um método de pensamento. Ela não é estudada com finalidade profissional, como quando se quer aprender um ofício, mas como uma atividade eminentemente humna, própria do ser que pensa e indaga-se a todo tempo. Concluímos, portanto, este capítulo indicando que para aqueles que se dedicam à ou venham a se dedicar a filosofia que a mesma deve ser desvinculada de uma visão imediatista, neste sentido vejamos o que diz Marilena Chauí (2000) sobre a indagação da utilidade, inutilidade e o quanto está a serviço das mudanças, sejam elas econômicas, políticas, ou sociais.


“se a submissão às ideias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes." 
(CHAUÍ, 2000, p. 18).

   Chauí nos dá indicações importantes se queremos de fato lecionar filosofia tendo em vista a superação enciclopédica e muitas vezes enfadonha que por ventura possa ocorrer sem alguns devidos cuidados em nossa prática, algumas delas já comentadas aqui. Podemos ainda, nos perguntar: Diante de uma sociedade midiática, com tantas transformações em várias áreas, em especial da informática e do cinema, como aproveitar tais recursos para que seja realmente um aliado dos professores de filosofia, que possa alavancar discussões e ser como lentes novas para novos olhares para o mundo. Como fazer uso apropriado de filmes, por exemplo, o filme (Mar adentro¹. Espanha, 2004) que problematizam questões tão importantes como a bioética. No próximo capítulo buscará enfatizar o cinema e a internet como mídias importantes para o processo do filosofar e como as mesmas podem ser utilizadas no processo de ensino e aprendizagem.


                                                                                                  Capítulo 5
   Mídias: Cinema e internet a serviço da filosofia.
   A internet e o cinema podem constituir um eficaz aliado da filosofia, se estudantes, professores e gestores da educação se conscientizarem da sua importância, visando aperfeiçoar a prática docente. Hoje, é possível ainda verificar a grande resistência de muitos educadores a estas ferramentas, pois acreditam que este modelo informativo não é realmente apropriado à filosofia nem a qualquer outra área do conhecimento, como a biologia ou a história, porém muitos alunos usam a internet apenas para acessar redes sociais como Orkut, MSN e para cópias de trabalhos, sem um eficiente aproveitamento que a tecnologia oferece, então, conduzir e orientar sua utilização permite que, por exemplo, a filosofia passe a ampliar seus horizontes. A internet para a educação pode ser considerada a mais completa e indispensável ferramenta que possibilita o descortinar de vastos conhecimentos acumulados da humanidade, nas palavras de Ferreira (1994):
“A internet- a maior rede de computadores do mundo- é frequentemente descrita como a rede das redes, pois abrange todas as espécies de redes possíveis, tornando-se a verdadeira rede global, contando com mais de 13.170 redes regionais, nacionais e internacionais”. (FERREIRA, 1994, p.261)
   O uso pedagógico da internet disponibiliza aos estudantes e educadores grandes perspectivas na construção e democratização do conhecimento, permitindo novas formas de comunicação. No entanto, esbarramos com vastos olhares, muitas vezes preconceituosos sobre a viabilidade de seu uso, em especial, da disciplina de filosofia, pelo simples motivo do tabu jogado pelo próprio filosofar de que a disciplina de Filosofia cairia na rede de banalização da informação. Para a superação de tais barreiras, talvez tenhamos que analisar o contexto que estes jovens estão inseridos, é impressionante a quantidade de informações que os jovens recebem e como eles a utilizam na sua vida. É sempre o point do momento, a música que está tocando, a banda que está na mídia ou mesmo à tribo a qual eu me identifico (seja ela surfskaemopunk, metal ou colorido). São tantas informações para selecionar que se torna difícil decidir quais podem ser consideradas úteis para a vida.
   Nesse contexto, a sala de aula, um local considerado fundamental para a formação social do jovem, se tornou na verdade uma praça de glórias onde a identidade se torna supérflua perante os feitos virtuais. A quantidade de seguidores, amigos ou mesmo leitores se tornou a referência de popularidade; onde antes se poderia ser popular na escola, agora através de click o mundo inteiro pode conhecê-lo e saber onde mora ou mesmo o que pensa. Portanto, desconsiderar a gigantesca possibilidade da comunicação, divulgação e a quantidade de conhecimentos e informações que são construídas a todo o momento, são desperdiçar também novos espaço de reflexão e problematização entre culturas e saberes. Estamos na sociedade da informação livre, então porque não usá-la a nosso favor? Sites de relacionamentos, blog ou sites de vídeos como o Youtube podem ser ferramentas poderosas nas mãos de um bom professor que consiga identificar com sabedoria o melhor uso e situação para utilização desses recursos. Atividades dirigidas em sala de aula utilizando esses recursos podem vencer a barreira dos muros do colégio como um local de conhecimento para uma rede de acesso ilimitado.
   O professor ao criar um blog com o nome da disciplina ou mesmo o nome da turma podem criar atividades, jogos ou mesmo propor desafios para os alunos que deverão socializá-las no mesmo blog como fotos, vídeos e textos que demonstrarão o interesse e a participação da disciplina além de dar suporte para que o professor acompanhe todas as atividades dos grupos (ou aluno). O que pode refletir em boas experiências, pois devido ao livre acesso pessoas que não fazem parte da turma podem acompanhar as atividades e divulgá-las o que podem garantir novos adeptos ou mesmo novos grupos de trabalho. Vejamos como Borba, vai um pouco mais além, quando coloca “seres-humanos-com-mídias” dizendo que:
“os seres humanos são constituídos por técnicas que estendem e modificam o seu raciocínio e, ao mesmo tempo, esses mesmos seres humanos estão constantemente transformando essas técnicas”. (Borba, 2001.p.46)

   O uso da Informática nas aulas de filosofia como se pode notar, deve fazer parte do projeto político pedagógico da escola, projeto esse que define todas as pretensões da escola em sua proposta educacional, que claro deve sempre pautar-se por uma pedagogia libertadora e transformadora de espaço e tempos.
   Acreditamos que os filmes são boas ferramentas para auxiliar na aprendizagem, porque a educação não é só a transmissão de conteúdos disciplinares. Estamos lidando com pessoas, grupos de pessoas, instituições, normas, etc. Quem não compreende esse teor na sua prática educativa precisa parar um pouco e pensar sobre isso. A riqueza de um filme não está apenas no seu conteúdo explícito, quer dizer, na história que ele conta e que se presta à discussão deste ou daquele assunto. A riqueza de um filme está na sua riqueza cinematográfica. 
   Promover a reflexão sobre o que devemos fazer para prender a atenção dos alunos, isto é, qual a nossa parcela de contribuição, o que podemos fazer para que as aulas fiquem mais atrativas, passa por um olhar que deve estar aberto a mudanças e a humildade de reconhecer contextos e culturas diferentes. Quero apenas refletir, aqui, sobre o que podemos fazer para que os alunos se interessem mais pelos conteúdos ministrados de filosofia, obviamente, não quero dizer que seja da nossa responsabilidade exclusiva, tornar as aulas atrativas, pois isso depende também da vontade dos alunos de se dedicarem aos estudos, o tipo de conteúdo a ser ministrado (reconheço que existem assuntos, independentemente da área de conhecimento, que são mais atrativos, portanto, mais fácil de prender atenção, do que outros conteúdos) e condições estruturais e materiais de onde se leciona. Possivelmente, teremos sucesso se muitos educadores abandonarem suas posturas cristalizadas do transmitir, decorar e reproduzir na prova. A tarefa não é fácil, existem atualmente elementos que contribuem para que cada vez mais alunos com o perfil "desinteressado" estejam presentes: a cultura da obrigatoriedade de um diploma, a indústria do entretenimento que consegue ser mais atrativa e eficaz em relação à atração da atenção das massas, portanto, o sujeito vai para faculdade com a intenção de se divertir (e nem sempre é possível conciliar diversão e educação), a geração videotape/internet que é mais visual e menos ouvinte, entre outros pontos que estão afetando/prejudicando/modelando nossa prática docente.
   O uso das mídias deve ser utilizado de maneira inteligente, o problema é quando as tecnologias no ensino se tornam um fim em si mesmo, em lugar de um meio para atingir um fim. Como por exemplo, a ideia de "eu uso Power Point, logo então sou um ótimo professor; eu não uso Power Point, logo então sou um professor ruim", e isso acaba levando ao determinismo tecnológico, quer dizer, que só as novas tecnologias determinam o aprendizado dos alunos, eis um problema para a filosofia da educação!
   O Cinema estabelece uma nítida ligação com o afetivo, com o fictício e o surreal, abre as portas para uma infinidade de alternativas e utopias, imagens e sons que falam diretamente a alma, seduzem e sensibiliza principalmente aquele que está em processo de formação. Daí o encantamento, e a perplexidade daquele que observe e interpreta, O sentimento de perplexidade dá origem à reflexão filosófica, como Heidegger (1979, p. 21) “O espanto é, enquanto páthos, a arkhé da filosofia”, suspeitamos, então, que na trama cinematográfica podemos experienciá-lo sem o ônus da facticidade. O cinema cria um ‘mundo possível’, uma realidade ficcional que traz consigo a possibilidade do espectador vivenciar das mais diferenciadas situações. Ele pode apresentar questões até então não experienciadas e/ou problematizadas pelo sujeito.  Sendo assim, acreditamos que o cinema pode suscitar no expectador a reflexão filosófica na medida em que a realidade ficcional é tomada como motivadora da atividade reflexiva agregando, assim, ao entretenimento, valor estético e cognitivo.
   Concluímos o presente trabalho, compreendendo que esta é uma discussão apenas inicial, e apresentamos novos rumos, mas também novos problemas para o ensino da filosofia no ensino médio têm a obrigação de refletir sobre sua ação de modo a trazer à tona seus pressupostos e objetivos, a fim de poder optar conscientemente pelos meios mais adequados em cada espaço e tempo, para que jovens, homens e mulheres, vislumbrem a filosofia como uma porta para novas possibilidades e novos encontros produtivos do pensar, do ensinar e aprender, neste caminho, Luckesi nos fornece uma importante contribuição propondo ao educador uma autocrítica constante e refinada sobre o objetivo do trabalho do educador, revisitando sua prática pedagógica e sempre com um olhar sensível a heterogeneidade dos jovens estudantes, faz-se necessário que estejamos atentos sobre os conteúdos que ministramos e claro para obtermos bons resultados, quais os procedimentos que utilizamos. (LUCKESI, 1990, p.43)
   Em tempo, a pesquisa que até aqui desenvolvemos, pode nos fornecer um itinerário que possa contribuir na prática pedagógica do professor. Vejamos alguns passos: ouvir os alunos e ser ouvido por eles; dialogar a partir do que se ouve na sala de aula e se lê nos textos filosóficos; ler com os alunos e promover ou provocar a leitura investigativa; refletir e fazer com que os alunos coloquem suas vidas em meio à discussão filosófica; finalmente, escrever, como forma de expressão dessa reflexão.

Agradecimentos: Gostaria de prestar meus agradecimentos a Deus por nos conceder à vida e todas as oportunidades de evolução que ela nos proporciona e a todos os professores que contribuíram direta ou diretamente com o programa de pós-graduação da UNESP. Ao nosso professo orientador Marcio Tadeu Girotti, por sua dedicação, atenção e sempre disposto a ajudar e colaborar. Eu, Fábio, agradeço a minha esposa Viviane por toda paciência, compreensão e dedicação nestes últimos meses, onde presenciou minha concentração e dedicação, muitas vezes estendendo-se por toda noite, lendo e escrevendo, sempre ao meu lado, motivando a minha vida por novas conquistas.
Aos meus pais pela minha formação pessoal, em especial a minha mãe que esta no céu, mas tenho certeza que seu espirito esta sempre me guiando, por fim a toda equipe UNESP / Redefor que direta ou indiretamente contribuíram para que o curso tivesse êxito, possibilitando particularmente a mim, a melhora na minha formação.


Abstract: This research project has as its central objective reflection and research on an approach that takes into account a methodology that does not incur a fall encyclopedic learning, where content is presented thematically in an attempt to make them closer to reality experienced by young people, seeing the search to characterize the great problems of philosophy in that it allows access to both the philosophical issues more important in the history of philosophy, enabling philosophizing. The challenge that we announce from this work is the activity questions from the great problems of philosophy in general, such as the beautiful is better than ugly? The man is really free? The "ask after" has that meaning, understanding that this is not to deny the existing knowledge, often in the form of common sense, where the student takes their existential concerns, cultural etc.; As elements (problems) that has value and require reflection and choices. Therefore a methodology that takes into account major issues of philosophy often from very thin and intense part of the student to walk, he sees it as a protagonist who occupies a role in the world of contemporary philosophy, he experienced and felt the need to solve it.

Keywords: Methodology, questioning, paradigm, dialogical, media, surprise, awareness.


Bibliografia:

Luckesi, Cipriano Carlos. ”Filosofia, exercício do filosofar e prática educativa” In: Aberto.
Brasília. Ano 9.nº 45, jan. mar.1990.  
Borba, Marcelo C. e Penteado, Miriam Godoy - Informática e Educação Matemática - coleção tendências em Educação Matemática - Autêntica, Belo Horizonte – 2001
Ferreira, Sueli. M.P.S. “Introdução as Redes Eletrônicas de Comunicação”. “Ciência e Informática”. Brasília, v.23, nº. 2, maio/ago, 1994.p. 258-263.
Heidegger, Martin. Conferências e escritos filosóficos. Tradução e notas de Ernildo
Stein. São Paulo: Abril Cultural, 1979.  
Saviani, Dermeval. “Contribuições da Filosofia para a Educação” In: Aberto. Brasília.
Ano 9 nº 45, jan. mar.1990.   
Chauí, Marilena. Convite À Filosofia Ed. Ática, São Paulo, 2000.
Adorno, Theodor E. & Horkeheimer, Max. Educação e Emancipação. 4 ª ed. São Paulo: Editora Paz e Terra, 2006.
Freire, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
Maturana, Humberto. Emoções e linguagem na educação e na política. Belo Horizonte:
UFMG, 1999.
Arendt, Fac. Hannah. A Condição Humana. São Paulo, EDUSP/Forense Universitária, 1978.
Morin, Edgar. A cabeça bem-feita. 4. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2001.
 Bornheim, Gerd A. Dialética: Teoria Práxis. Porto Alegre e Rio de Janeiro: Ed. Globo, 1989. 
Favaretto, C. F. Sobre o Ensino de Filosofia. São Paulo: Revista da Faculdade de
Educação, Volume 19 – Número 1, 1993, p. 81-82.
Platão, Fédon, Tradução de P.e. Eusébio Dias Palmeira. Introd. e Coment. Maria Arminda Alves de Sousa, Porto Editora,Porto,1995
Heidegger. Introdução à Metafísica. Trad. Carneiro Leão. São Paulo, Tempo Brasileiro, 1966.

O Conceito de “Esclarecimento” Segundo Kant

O Conceito de “Esclarecimento” Segundo Kant  Immanuel Kant escreve um artigo tentando responder a pergunta “O que é  esclarecimento ?”...